domingo, 26 de abril de 2015

Central da opressão - Um retrato do que acontece no interior do estado.

26 de abril de 2015, mais de dois anos depois da vitória do então prefeito Benedito de Sousa Barros, infelizmente o município de Central do Maranhão vive aos moldes do coronelismo. Depois de uma campanha quente, quase que pegando fogo, onde brigas e xingamentos eram quase que um decreto entre os dois grupos, o grupo que passara anos fora do cenário político daquela cidade, voltou ao poder. Uma vitória aclamada por muitos, inclusive por mim. Para a maioria dos centralenses a cidade agora iria entrar em uma nova era, seria o fim do descaso na segurança e da palhaçada que acontecia na saúde pública, enfim estávamos livres da corrupção e do descaso, daquele dia em diante a prefeitura se tornaria um lugar de pessoas virtuosas e honestas. Ledo engano, ou como diria o compadre Washington: “Sabe de nada inocente”.




O governo do ex-prefeito Irã Monteiro não foi um mar de rosas, falhas na administração, principalmente na saúde, era um fato, o nepotismo (termo utilizado para designar o favorecimento de parentes ou amigos próximos em detrimento de pessoas mais qualificadas, geralmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. A propósito, é crime! O artigo 37 da constituição Federal condena tal prática) era algo comum, logo apareceram críticos que usavam as redes sociais para mostrar sua indignação contra o ex-prefeito Irã (este blogueiro que vos fala, era um deles, mas isso é assunto para um outro Post).
A prefeitura de Central não era das melhores e mais justas, porém nada comparado ao que se tornou hoje com o mandato do atual prefeito Benedito Barros, senhor já de idade, que ao meu ver, se preocupa com melhores condições para sua cidade, mas na idade em que está é impossível tomar as rédeas da situação. Atualmente quem governa naquela cidade são seus filhos, os mandachuvas do pedaço, aqueles que empregam e desempregam, os que dão a última palavra e ai de quem descordar.
Assim como na gestão passada, o nepotismo também se tornou comum para a gestão Barros, parentes, amigos e companheiros políticos foram os primeiros a serem empregados, na antiga gestão, o grupo Barros fazia oposição ao prefeito Irã, criticando tais práticas, por ironia do destino (ou seria hipocrisia mesmo?) acabaram repetindo os mesmos erros que a administração passada, e o pior, conseguiram trazer novos erros, se tornando em muitos aspectos, piores que seus antercessores. 
Central passa por uma fase de trevas, existe um contraste maquiavélico nos empregos públicos, alguns funcionários são mal pagos, dividem um mísero salário mínimo, e quando se cansam de tanta exploração, simplesmente são demitidos (é proibido reclamar), enquanto outros, de cargo mais elevado, literalmente recebem sem trabalhar! E eu não estou falando de ajudas da prefeitura, estou falando de pessoas que estão empregadas em determinada função, recebem seu salário, mas não trabalham. Geralmente tais pessoas são parentes do grupo político que está no poder ou pessoas que prestaram favores ao grupo em tempos de campanha, afinal nenhuma aliança política partidária é feita sem que aja troca de favores, tudo isso é claro, usando dinheiro público, para ser mais claro ainda, o MEU e o SEU dinheiro.


Me dói a alma ver meus conterrâneos sendo humilhados por um grupo político, não posso mais ficar apenas observando, já observei demais, a situação está cada vez pior! Central do Maranhão sempre foi uma cidade pobre, e acima de tudo, lar de um povo desinformado, não há muita opção de emprego, a maioria dos jovens viaja para fora da cidade em busca de emprego ou de um curso superior (eu sou um deles), aos poucos jovens que querem continuar morando na cidade depois de terem concluído o Ensino Médio, resta os empregos em pequenas lojas, a lavoura, ou os empregos da prefeitura, em um lugar com essas condições os candidatos tem uma facilidade tremenda em comprar votos. Um povo pobre e sem informação vende a dignidade por um salário mínimo, e sem pensar duas vezes defende o seu próprio algoz, grita, briga, esperneia e luta para defender seu opressor, afinal de contas, “ele rouba mas faz, que se dane a nossa saúde, segurança e educação, o importante é que este colocou comida na minha mesa”. É este o discurso que se ouve em todo o Brasil, e em Central não é diferente, políticos continuam usando a miséria e a falta de informação de um povo para dominá-lo. Lamentável.
O que se vê em Central do Maranhão é um retrato claro da política brasileira, onde o grupo político que está no poder manda e desmanda na cidade, cidade esta que é do povo, prefeito nenhum é dono da cidade que governa, toda autoridade demanda do povo, e tudo que eles querem é que o povo não saiba disso.
Tenho me espantado com o número de reclamações envolvendo a prefeitura de Central, além do descaso com o pagamento dos funcionários públicose da falta de água em alguns bairros, hoje fui informado por um amigo sobre umas supostas mudanças que foram feitas na educação, sendo que os salários dos professores iriam ser drasticamente diminuídos! O que é um absurdo, não se pode ter um bom governo se a educação não é prioridade, no nosso país professor ganha pouco para exercer uma função de extrema responsabilidade, afinal, são eles que educam o médico, o policial, o advogado, e os próprios políticos. Um governo que não valoriza o trabalho do professor está no mínimo mal-intencionado, e não merece meu respeito. Lembrem-se, um povo bem-educado não elege corruptos, logo, é de total importância para os corruptos que não se invista na educação.



Em defesa da oligarquia, viva a Lobinho!

Quem não se lembra que na eleição passada o grupo do atual prefeito de Central, saiu ás ruas pedindo à eleição do candidato da família Sarney para governador? O “Lobinho” foi aclamado pelas ruas da cidade em uma animada carreta com direito a foguetes, bandeiras e muita gritaria. Me doeu os olhos ver a juventude sendo usada como massa de manobra, lotando os carros em troca de alguns litros de vinho. Faço uma pergunta a vocês, centralenses aliados ao prefeito: Como vocês tem coragem de apoiar o candidato de um grupo que dominou o Maranhão durante 50 anos? Uma família que se tornou dona do estado, dominando as maiores empresas e os cargos políticos, mais parecendo uma capitania hereditária. Sendo uma verdadeira oligarquia! Vocês não têm vergonha na cara não?

A quadrilha família Sarney governou o Maranhão durante 50 anos! Isso mesmo, meio século de governo de uma única família! É, a oligarquia ainda existe, e no miserável Maranhão, tem o apoio de quase todos os prefeitos, incluindo é claro, o atual prefeito de Central, Benedito Barros e seus filhos, não, não está errado caro leitor, este é o prefeito de Central, “Benedito Barros e seus filhos”, exatamente assim como está escrito. Durante a carreata de apoio ao candidato “Lobinho”, eu pude ver uma das cenas mais deprimentes da história da política naquela pobre cidade, estudantes ainda com uniformes da escola entrando em carros e subindo em caminhões com bandeiras e provavelmente, muita bebida alcóolica. E eu pensando que os jovens estudantes de Central trariam um futuro diferente para nossa nação. Pelo visto, pensei errado. Mas voltemos à quadrilha  família Sarney e seu (des)governo no Maranhão; Só José Sarney (PMDB-AP), sua filha, Roseana (PMDB-MA) e o hoje ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, somados, governaram por SEIS MANDATOS. E, além de ser o campeão dos Estados cujas cidades não sobrevivem sem o Bolsa Família, o Maranhão é o pior em quase todos os indicadores sociais — analfabetismo, falta de saneamento básico, mortalidade infantil, criminalidade e tantas outras mazelas! Enfim, por um lado o Maranhão vive a perpetuação da miséria, sendo um estado totalmente dependente do Bolsa Família mas, por outro lado, a família dos Sanrneys  levam vida boa, no mais completo conforto. Vejam um vídeo onde o Blogueiro Ricardo Gama fala dos patrimônios dos Sarneys:


Para maiores informações leiam o livro "Honoráveis Bandidos" talvez tem em PDF, digitem no Google. 



                   A culpa é de Irã?

Outra mentira entre tantas contadas para o desinformado povo de Central, é a de que toda a culpa do que está acontecendo na cidade é do ex-prefeito Irã Monteiro, quando questionados sobre os salários atrasados ou qualquer outro assunto envolvendo a administração, o primeiro argumento é colocar a culpa na gestão passada, afinal, para quê procurar culpados na gestão atual e tentar resolver o problema? É bem mais fácil dizer que o fantasma do ex-prefeito ainda assombra a prefeitura, assim a turminha do prefeito ficará imune à toda e qualquer culpa e ainda serão vistos como bons samaritanos que estão se esforçando para consertar os erros da gestão passada. HIPÓCRITAS! A maioria deles que estão na administração daquela cidade não fazem ideia do que estão fazendo, só sabem de uma coisa, 4 anos passa rápido, com isso em mente, enrolam a população com a mesma desculpa que Adão deu quando interrogado por Deus logo após comer da fruta proibida, assim como Adão botou a culpa em Eva, botam a culpa no ex-prefeito Irâ Monteiro, veremos até quando esta história vai durar, uma hora o ouvido cansa. O curioso é que os salários cortados nunca são os dos vereadores, ou do prefeito, e que tal dos secretários? Nem pensar, afinal, estes são da cúpula, são os primeiros a mamar, os que tem acesso direto às tetas, esses não podem ficar sem o leite. Então diminuam o salário dos professores, afinal, tudo que eles fazem é criar mentes pensantes, e isso é o que o governo mais tem medo; Pensadores.


Depois dessas informações eu pergunto novamente: Alunos, professores, vereadores e moradores de Central do Maranhão, como vocês tem coragem de apoiar esse pessoal? Vocês não têm vergonha na cara não?
Infelismente essa não é uma realidade exclusiva de Central, muitos municípios também sofrem do mesmo problema, descaso, desonestidade, corrupção e mentiras, muitas mentiras. Afinal o que esperar de um país onde um partido que elegeu dois presidentes à base de mentiras está há doze anos no poder? A proliferação da mentira, nada mais.

Tendo em vista que esta postagem já está extrapolando os limites da tolerância dos centralenses quanto ao tamanho dos textos, e como minha intenção é que leiam (embora saiba que a maioria sentirá tédio ou preguiça na metade do texto), ficarei por aqui. Talvez escreverei novamente, talvez não, agora cabe a vocês refletirem sobre o que disse. Sejam críticos, vejam a situação em que vivem, lembrem-se que vocês são os donos de Central! Você cortador de cana, lavrador, quebradora de coco, pescadora, pai de santo, pastor, gari, professor, diretor, empresário, você idoso, jovem, adulto ou criança, vocês que pagam impostos, que votam, ou que não votam, vocês cidadãos! A cidade não pertencia ao ex-prefeito Irã Monteiro, e NÃO pertence à família Barros! A cidade de Central do Maranhão tem um único dono: Os centralenses. Lembrem-se que os vereadores e o prefeito são funcionários públicos pagos com nosso dinheiro, se as coisas não vão bem, cabe a vocês mudar a situação. Vos deixo minhas sinceras esperanças e minhas singelas orações. Deus vos abençoe.

Texto de Michael Amorim, blogueiro, estudante de Filosofia da UFMA e poeta nas horas vagas.

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